Literatura Fantástica



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    [Freeze] Inferno no Gelo

    Freeze
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    Mensagem por Freeze Dom Fev 28, 2010 6:50 pm

    Prólogo



    Era uma manhã de segunda-feira. Estava fria e nublada, típica das manhãs daquele lugar. As árvores altas estava com poucas folhas, sinal que o inverno estava cada vez mais perto e que o frio mais uma vez tomaria conta da região.

    O homem havia dirigido por horas seguidas, a viagem de volta do Rio de Janeiro para o Rio Grande do Sul era exaustiva. A picape vermelha percorria sem descanso todo o trajeto. Com sua jaqueta marrom e seus óculos escuros, o biólogo marinho John Carlos Freitas voltava de mais uma palestra na cidade maravilhosa.


    Satisfeito com seus quarenta e dois anos, o homem cantarolava ao som de Free Bird de Lynyrd Skynyrd que tocava na rádio local. Os cabelos grisalhos que já apareciam o preocupavam, mas o bom astral de dar aulas e de cada vez mais ser cantado pelas alunas não o deixavam para baixo.

    O carro voava a mais de cem quilômetros por hora na estrada principal, volta e meia passava por um carro quebrado ou algo parecido. Mais alguns minutos e poderia chegar em casa e desfrutar de uma longa noite de sono, que revigoraria suas forças já drenadas pela viagem.

    A praia já podia ser vista, assim como os poucos banhistas que a frequentavam naquela época. Bem no final da praia do Cabo Sul, estava a casa de John. Era uma casa bela; dois andares, vista para o mar e um pier, onde o veleiro Julian II, o qual com seu dinheiro de professor e de explorador havia comprado, estava parado.

    A porta da garagem subiu e em seguida o carro entrou sem dificuldades. Retirou a chave da ignição e apertou o botão no controle que estava no chaveiro; a porta se fechou. Abriu a porta de trás da picape, pegou um grande bolo de papéis e um tubo grande onde havia seus mapas e escalas.

    Colocou tudo em seu colo e com dificuldades, andou até a porta que dava para o primeiro andar. A casa era composta por uma cozinha ampla, que dava vista para o mar, não havia paredes entre a sala e ela, facilitando o circulação de ar. A sala era decorada com um sofá em forma de meia lua que ficava de frente para a TV de plasma. Nos cantos haviam plantas e flores, nas paredes haviam quadros e artigos científicos, todos assinados com o nome de John.

    Ao lado do sofá havia um linda mesa de blindex para seis lugares, que sempre estiveram vazios desde a tragédia que separou a família para sempre. Em cima dela, bem no centro estava a foto de três pessoas abraçadas, John estava na direita abraçando uma mulher de aparência jovem e cabelos escuros, ela segurava uma menina no colo que possuía os mesmos cabelos escuros da mãe e olhos claros do pai.

    John fechou a porta com o pé e jogou os papéis e o tubo em cima do sofá. Retirou a bota escura que lhe fazia doer os pés e logo em seguida a meia. Esvaziou os bolsos da calça e em seguida se dirigiu para o banheiro do primeiro andar.

    Retirou a jaqueta marrom e jogou-a por cima do vaso sanitário. Abriu a calça jeans, retirou-a e em seguida depositou-a em um cesto de roupas sujas. Retirou a camiseta branca e se olhou no espelho, contemplando o físico ainda inteiro, apesar da idade estar chegando. Retirou a cuéca, colocou-a junto com a camiseta na cesta e em seguida entrou dentro do Box para tomar uma longa ducha quente. O clima estava ótimo para um banho como aquele.

    Fez a barba que já crescia, enrolou uma toalha na parte de baixo do corpo e saiu em direção ao frigobar. Bateu alguns cubos de gelo, misturou com caipirinha e em seguida colocou uma rodela de limão dentro para dar gosto. Andou até a janela e observou o mar enquanto que saboreava a bebida.

    Um bipe chamou-lhe a atenção. John caminhou até o quarto que ficava no segundo andar. Era um quarto com uma cama de casal, havia um closet em uma das paredes e uma porta que dava para o escritório. Ele passou no closet, vestiu uma cueca limpa, uma calça de moletom e uma camiseta folgada.

    E se dirigiu para o escritório, onde a secretária eletrônica fazia o barulho do bipe. Havia o número quatro no visor, indicando que haviam quatro mensagens que tinham caído na secretária. Ele apertou um botão e a secretária começou a falar as mensagens desde a primeira que haviam mandado até a mais recente.


    - Bip... Pai, Oi pai! É a Lúcia. Cheguei na Antártica ontem e devo dizer que é lindo aqui, o céu é mais azul do que eu imaginava, as escavações já estão começando e eu só terei tempo livre depois de março, quando o navio sair daqui. Hoje são vinte de janeiro, então to desligando. Beijos. Bip...


    O homem ouvia as mensagens olhando para o mar, a segunda mensagem foi dita.


    - Bip... Pai, sou eu de novo. As escavações na TAM estão indo bem, e devo dizer que há bastante gente nesse deserto gelado, deve ter umas três mil pessoas na vila de pescadores, fora os alojamentos da instituição que estão abarrotados de gente. Nós uma semana atrás encontramos um organismo estranho, tava morto, mas era uma coisa nova. Guardamos ele para as analises e continuamos a escavar. Estou com saudades. Logo estarei em casa, lá para março, que é quando aqui fica de noite. Beijos. Bip...


    Ele já saia do quarto quando a penúltima mensagem começou.


    - Bip... Pai... mais uma vez eu to te ligando. Estão acontecendo coisas estranhas aqui. Pessoas estão desaparecendo e como não podemos voltar ou pedir ajuda de fora por causa da jurisdição, estamos meio confusos aqui. O navio deve estar chegando lá pelo dia 30 de abril, logo estaremos embarcando. Descobrimos que aquele organismo estava na verdade vivo, mas meio acabado. Ele é estranho, uma espécie de parasita, não temos certeza. Uma das amostras desapareceu e nós estamos tendo uma revista minuciosa por parte dos militares aqui presentes. Vou desligar. To com saudades. Beijos.


    O homem voltou para o quarto e resolveu ouvir a ultima mensagem, estava tenso pelo que a filha havia falado, ainda mais sobre a parte das pessoas estarem desaparecendo. A ultima mensagem tocou.


    - Bip... Pai!!! (choro) Pai as coisas estão estranhas por aqui pai... Eu to com medo... (choro seguido de soluço) As pessoas estão estranhas e os militares estão matando os outros, como se não fossem mais humanos. O barco foi destruído e estamos presos aqui. Pai... por favor, me aju...(ZZZZ) Bip... Fim das mensagens.

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