por Isie Fernandes Dom maio 23, 2010 8:12 pm
Oi, Luiz! Tô gostando de Ventura. Confesso que não fazia ideia do que significava, mas gostei do sentido que está dando.
Como sabe, além de tudo, me preocupo com a questão gramatical. Em seu texto, no segundo capítulo, tive dúvida quanto a dois pontos: emprego do porquê e crase. Vou analisar melhor e indico pra você.
Edição: O caso da crase é simples. Não achei onde, mas você escreveu "para a escola". Como está indicando um lugar (ele está indo à escola, não vai ficar lá para sempre), esse "para a" deveria ser convertido em crase.
No 16º parágrafo, você escreveu:
"Não sei porque, mas sentia uma sensação estranha."Esse porque não é conjunção, pois não dá ideia de resposta, nem de explicação - não é oração final, causal ou explicativa. Nesse caso, o porquê parece ser uma locução interrogativa indireta (por que) - suspende uma curiosidade.
O "por que" pode ser uma locução interrogativa, direta ou indireta, ou ainda, pronominal.
Em frases interrogativas, "por que" pode ser sucedido pelas palavras
razão,
motivo ou
causa - ou substituído:
por qual motivo/ razão. Já o "por que" pronominal só pode ser substituído por:
pelo (a) qual ou
pelos (as) quais.
- No caso da frase acima, o "por que" é mesmo uma locução interrogativa. Veja:
Não sei por que razão (ou por qual motivo), mas sentia uma sensação estranha.- Não daria certo assim:
Não sei pelo qual motivo, mas sentia uma sensação estranha. Esse "por que" interrogativo indireto também me tira a paciência, estou com dois casos no meu capítulo atual (
Toque Blanche) - por isso que notei fácil.
Para tirar as dúvidas do emprego dos por quês, vou preparar alguma coisa e postar no tópico de Curiosidades Gramaticais.
Espero ter ajudado.
Última edição por Isie Fernandes em Ter maio 25, 2010 4:52 am, editado 3 vez(es)