O perdão de meus crimes
Havia cometido três crimes hoje. O fardo de carregar tal culpa era colossal. Sentia-me imundo. Os assassinei em menos de duas horas e agora estava sentado, sozinho, perdido em pensamentos. Lágrimas percorriam meu rosto enquanto eu tentava tirar aquilo tudo de dentro de mim. Doía, demorava, mas eu persistia. Me agarrava na vontade de purificar meus atos. Voltar a me sentir limpo, sem culpa, sem ostentar as marcas dos crimes.
De pouco em pouco sentia meu esforço gerando os primeiros resultados. A ponta do iceberg de todos aqueles problemas, lembranças dos meus atos sórdidos, se mostrava. Era o início de uma longa jornada, como quando vemos um trem passar com seus compridos vagões formando uma centopéia sobre rodas e trilhos. Uma tripa metálica que percorre seu caminho sem hesitar.
Eu usava aquele momento raro, de privacidade forçada, para rever conceitos e atitudes. Ali eu me sentia seguro e encontrava as forças que precisava para evacuar o que manchasse minha alma. No entanto, sabia que o ritual seria recorrente e que, no dia seguinte, cometeria mais alguns doces atentados e assassinatos gordurosos, para depois expulsar minha culpa como quem queima algumas calorias em uma esteira de academia.
E assim fui me livrando da culpa, do fardo. Com o rosto vermelho de raiva, veias despontando pela face franzida como que em grande esforço, ia me livrando do mal que me acometia. Um corpo deixava outro. Ambos mais leves. No entanto somente um flutuava: aquele que girava e descia pela descarga.
Havia cometido três crimes hoje. O fardo de carregar tal culpa era colossal. Sentia-me imundo. Os assassinei em menos de duas horas e agora estava sentado, sozinho, perdido em pensamentos. Lágrimas percorriam meu rosto enquanto eu tentava tirar aquilo tudo de dentro de mim. Doía, demorava, mas eu persistia. Me agarrava na vontade de purificar meus atos. Voltar a me sentir limpo, sem culpa, sem ostentar as marcas dos crimes.
De pouco em pouco sentia meu esforço gerando os primeiros resultados. A ponta do iceberg de todos aqueles problemas, lembranças dos meus atos sórdidos, se mostrava. Era o início de uma longa jornada, como quando vemos um trem passar com seus compridos vagões formando uma centopéia sobre rodas e trilhos. Uma tripa metálica que percorre seu caminho sem hesitar.
Eu usava aquele momento raro, de privacidade forçada, para rever conceitos e atitudes. Ali eu me sentia seguro e encontrava as forças que precisava para evacuar o que manchasse minha alma. No entanto, sabia que o ritual seria recorrente e que, no dia seguinte, cometeria mais alguns doces atentados e assassinatos gordurosos, para depois expulsar minha culpa como quem queima algumas calorias em uma esteira de academia.
E assim fui me livrando da culpa, do fardo. Com o rosto vermelho de raiva, veias despontando pela face franzida como que em grande esforço, ia me livrando do mal que me acometia. Um corpo deixava outro. Ambos mais leves. No entanto somente um flutuava: aquele que girava e descia pela descarga.