Kamui Black escreveu:Isie,
Obrigado pelos elogios, está é justamente a história que pretendo reescrever. Estas partes foram mais recentes e praticamente não sofrerão mudanças, mas o começo está muito amador. Anyway, Neozerly eu levo no mesmo estilo de escrita, acho que com o tempo acabei desenvolvendo um estilo próprio.
O livro que eu tenho pronto tive que passar um bom tempo mexendo no início, estilizando, cortando coisas, reescrevendo coisas. Pois, depois de ter evoluído muito literariamente, eu acabei, assim como você, achando muito ruim o início da história, sem estilo e tal.
E
Isie, a questão da morte é complicadíssima mesmo, muito rica. Varia com a importância da personagem, varia se depois você vai pegar ou não pela visão de alguém que gostava do morto, ou se vai pegar a visão do próprio morto, o que passa pela cabeça dele enquanto ele morre. Enfim, há uma série de variáveis. Ainda há a variável de que estilo de narrativa você usará, se vai pra dentro da cabeça das personagens (e pode ficar por lá por um tempão se o fizer) ou se vai narrar pelo ambiente, como as pessoas vêem aquela morte, como as coisas acontecem naquele momento.
É muita coisa. Neste meu livro que está pronto, acontece uma morte, importantíssima para a história, dá um fim de "tragédia" (pelo impacto da morte) a um livro que é basicamente de comédia em sua maioria, pois parodia os contos de cavaleiros. Eu, sinceramente, não gostaria de colocar trechos aqui e tal, até pq quero publicar o livro. Se você quiser, eu posso te passar ele, mas até chegar à questão da morte e tal vc teria q ler ele todo basicamente.
De qualquer maneira, vou colocar aqui um pedaço, é a narração em primeira pessoa de uma das personagens, é o único capítulo do livro narrado em primeira pessoa (eu não curto muito), mas traz um pouco a questão da morte - e é um trechinho que não revela nada do livro, hehe.
A morte talvez seja o fenômeno mais violento que pode acontecer diante de uma pessoa. A sua presença é capaz de mudar tudo, de alterar profundamente nossas percepções de mundo. Tudo em que você acredita, tudo aquilo que sente e pensa, é colocado em cheque. Presenciar a partida de um ente querido é passar por uma intensa mudança, é se confrontar com a finitude não só da vida como de quase todas as outras coisas de nosso mundo. A morte ou dá sentido a existência ou o retira. Enfrentá-la requer um tremendo esforço de raciocínio e racionalização que muitas vezes pode parecer sutil, pode passar até despercebido, mas que é capaz de modificar toda a estrutura de um ser.
Ah, e mal ou bem, como você mesmo tinha apontado, meu conto "Caminho", que botei no fórum, acaba refletindo um pouco a questão da
Morte também, por um outro ângulo.