Olá!
Resolvi inaugurar este tópico. Então, aguardo pelos comentários.
Vilson e a pasta de Mário
http://isiefernandes.blogspot.com/p/meus-contos.html
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Vilson e a pasta de Mário
“Não consigo ler e-mail...” - resmungou Vilson, enquanto verificava a sua caixa de entrada que sempre estava cheia. Dois meses antes, na tentativa de se organizar, resolveu criar novas pastas. Queria desviar as mensagens assim que chegassem. Primeiro, gerou uma só para as notícias da faculdade, depois, fez outra para armazenar as informações mais relevantes. Contudo, não houve jeito: sua caixa continuou lotada. Por isso, como se não tivesse opção, decidiu criar mais duas indispensáveis pastas: uma para as demais mensagens não lidas e outra só para o Mário, seu melhor amigo de infância.
Vilson verificava seus e-mails pelo menos três vezes ao dia: de manhã, costumava ter cerca de quinze; à tarde, uns quarenta; antes de dormir, não menos de vinte. “São sempre as mesmas coisas...” - toda vez, ele retrucava. Normalmente, uns dez eram da faculdade, vinte do trabalho e cinco de informações importantes; todos os outros eram circulares, newsletters, apresentações de slides e assuntos semelhantes.
“Mais cartinhas do Mário...” - pensava. Não sabia aonde aquilo ia parar. “Um dia, tiro folga e vejo tudo!” - com esperança, sempre afirmava. Entretanto, as coisas se tornavam cada vez mais complicadas. Tinha seus próprios assuntos: trabalho, faculdade, namorada, amigos, família, projetos pessoais... Como teria tempo de ler tantos e-mails?
Sem dúvida, o verdadeiro desejo de Vilson era excluir cada uma daquelas mensagens, porém, não tinha coragem suficiente para apagar as recebidas dos amigos; era por isso que a sua caixa de entrada permanecia super carregada. Em dois meses, a pasta das mensagens não lidas acumulara cento e cinquenta e três e-mails, e a de Mário - a de Mário! - já estava com quase trezentos. Refletindo sobre a questão, ficou intrigado. Não compreendia como alguém conseguia enviar tantas coisas num só dia, porque ele, certamente, não dava conta daquele serviço.
Parado na frente do computador, Vilson ficou ainda mais incomodado. Ele abriu a pasta do amigo e deu uma rápida lida nos assuntos das primeiras mensagens. Tinha certeza, todas eram realmente interessantes. “Amanhã é feriado...” - sussurrou um pouco empolgado, afinal, poderia colocar as correspondências em dia. Pensado assim, abriu um sorriso. Todavia, menos de dez segundos depois, mudou sua expressão. “Não, não vai dar... Não mesmo!” - reclamou, reconhecendo a dificuldade da tarefa.
De repente, Vilson teve um rompante e decidiu gerenciar suas pastas. Não resistindo selecionou primeiro a de Mário, clicou em excluir e, diante das opções sim ou não, hesitou. Criando coragem, apertou a tecla Enter. Após isso, aliviado, concluiu: “Tudo bem... Eu admito: definitivamente, não consigo ler e-mail!”
Vilson verificava seus e-mails pelo menos três vezes ao dia: de manhã, costumava ter cerca de quinze; à tarde, uns quarenta; antes de dormir, não menos de vinte. “São sempre as mesmas coisas...” - toda vez, ele retrucava. Normalmente, uns dez eram da faculdade, vinte do trabalho e cinco de informações importantes; todos os outros eram circulares, newsletters, apresentações de slides e assuntos semelhantes.
“Mais cartinhas do Mário...” - pensava. Não sabia aonde aquilo ia parar. “Um dia, tiro folga e vejo tudo!” - com esperança, sempre afirmava. Entretanto, as coisas se tornavam cada vez mais complicadas. Tinha seus próprios assuntos: trabalho, faculdade, namorada, amigos, família, projetos pessoais... Como teria tempo de ler tantos e-mails?
Sem dúvida, o verdadeiro desejo de Vilson era excluir cada uma daquelas mensagens, porém, não tinha coragem suficiente para apagar as recebidas dos amigos; era por isso que a sua caixa de entrada permanecia super carregada. Em dois meses, a pasta das mensagens não lidas acumulara cento e cinquenta e três e-mails, e a de Mário - a de Mário! - já estava com quase trezentos. Refletindo sobre a questão, ficou intrigado. Não compreendia como alguém conseguia enviar tantas coisas num só dia, porque ele, certamente, não dava conta daquele serviço.
Parado na frente do computador, Vilson ficou ainda mais incomodado. Ele abriu a pasta do amigo e deu uma rápida lida nos assuntos das primeiras mensagens. Tinha certeza, todas eram realmente interessantes. “Amanhã é feriado...” - sussurrou um pouco empolgado, afinal, poderia colocar as correspondências em dia. Pensado assim, abriu um sorriso. Todavia, menos de dez segundos depois, mudou sua expressão. “Não, não vai dar... Não mesmo!” - reclamou, reconhecendo a dificuldade da tarefa.
De repente, Vilson teve um rompante e decidiu gerenciar suas pastas. Não resistindo selecionou primeiro a de Mário, clicou em excluir e, diante das opções sim ou não, hesitou. Criando coragem, apertou a tecla Enter. Após isso, aliviado, concluiu: “Tudo bem... Eu admito: definitivamente, não consigo ler e-mail!”
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