12 Exercícios para melhorar seus diálogos

Pessoal, além da narração, o diálogo é algo super importante dentro de um texto. Esses dias, dando uma passada no Lendo.org, encontrei um artigo sobre como melhorar nossos diálogos. Eu li e fiz algumas modificações nos meus. Acho que mudaram significativamente, ficaram mais soltos, mais naturais...
Sugiro a leitura: 12 exercícios para melhorar seus diálogos.

Vamos discutir!

Nossa! Acho que ainda uso alguns deles. Boas dicas! O difícil mesmo pra mim é driblar os "modificadores".


Encontre um lugar qualquer, como um restaurante, um bar, ou um
shopping e escreva alguns tópicos sobre coisas que ouve. Não tente
lembrar conversas inteiras, apenas siga em frente e com uma breve
mudança de contexto, vá para o próximo “alvo”. Se estiver preocupado em
parecer suspeito, use seu palmtop ou aparelho de celular, eles fazem com que pareça que você está
trabalhando ou jogando aquele joguinho legal, não espionando.

Essa é maneira. hehehe


Escreva uma cena onde muitas pessoas estejam falando. Esta
habilidade é uma característica dos mestres do diálogo, já que é muito difícil manter muitos personagens
engajados em uma conversa de forma a manter o leitor consciente do que
está acontecendo e das idéias e interesses de cada um dos
interlocutores. Veja quantos personagens você consegue ir acrescentando,
até que seja impossível entender o que está acontecendo.

Tem algumas cenas desta na história que escrevo. Vou ter que me virar. Seguir os passos indicados parece ser uma boa.

tima fonte que você trouxe, Isie.

Fico contente que tenha gostado.
Depois, você pode postar um trecho dos seus diálogos com vários personagens pra gente visualizar melhor. Tem?

Vou ler já já e depois venho com minhas opiniões. Mas essa questão do diálogo é importante mesmo. É a parte em que tenho maior dificuldade. No Legado até que tá saindo direitinho.

Leonardo Schabbach escreveu:Vou ler já já e depois venho com minhas opiniões. Mas essa questão do diálogo é importante mesmo. É a parte em que tenho maior dificuldade. No Legado até que tá saindo direitinho.

Sim, gosto dos diálogos no Legado. Observei, faz um tempo, você não explica as falas, você simplesmente as acrescenta com descrições. Veja os exemplos:

1)- Senhor Lanir... – sussurrou Irina, ao abrir uma pequena fresta da porta do quarto com cuidado. – Podemos entrar?


2)- Bom, é só seguir até o bar. – o garoto apontou para uma senhora de idade já bem avançada que servia duas canecas de cerveja para alguns clientes. – Aquela é a minha mãe. Ela ficará feliz em atendê-lo.


Isso é muito interessante, valoriza bastante o diálogo.

Cheguei a ter dúvida num caso como esse:

3) - Eu também acho que não poderemos vencer. Eles estão em maior número, eles são mais fortes, mais rápidos e têm uma capacidade de organização inumana. Certamente, parece uma batalha perdida, não creio que sairemos vencedores. – Gabriel falava com calma, expressava-se em tom claro e seguro, procurando sempre que possível os olhos daqueles com quem falava. – Quinze anos atrás, foi também assim que me senti. Quando só sobramos eu, Thomas e outros cinco homens em um campo de batalha contra o mais terrível dragão que já existiu, pensei que sairíamos derrotados, achei que aquele seria o fim. E convenhamos. – Gabriel deu uma risada. – Eu estava certo, quem poderia parar um dragão como aquele? Mas ele foi parado. Sir Thomas Brickmond o derrotou... sozinho. Se ele diz que temos uma chance, creio que o melhor seja acreditar nele.

Alguns autores fazem uma pausa e recomeçam num outro parágrafo. Não gosto muito de fazer isso, pode quebrar o ritmo. Esse trecho é um exemplo. É longo, mas contínuo, pulsante. Parabéns!

Agora, veja como ficou o diálogo que dividi:


- Como vai?

Houve novamente um silêncio. Ricardo apenas sorriu levemente e Christina voltou a falar:

- Estou surpresa... Não esperava que você viesse. - ela fez uma nova pausa e, meio sem jeito, terminou dizendo: - Eu liguei e deixei um recado com sua secretária...

Fiquei pensando se quebraria o ritmo por ter duas descrições longas dentro de um diálogo curto. Mas o que acha? Havia realmente a necessidade de fazer isso ou não?

Isie.

Ai acho que vai do autor. Eu tenho de admitir que, até por causa do estilo, os diálogos do Legado estão talvez mais bem trabalhados do que o do Código dos Cavaleiros, que te passei. Lá há menos descrições, então o diálogo flui mais rápido, muitas vezes sem marcador nenhum, nem de quem disse nem nada. Não sei qual dos dois modos seria o melhor, mas como um é um livro mais leve, mais num ritmo de aventura/comédia, adotei um estilo diferente de diálogo (embora muitas vezes, em relação à forma do diálogo, o Código e o Legado sejam iguais).

Eu gosto de diálogos bem trabalhados, mas dinâmicos - como os que usei por exemplo. Agora, diálogos sem marcadores precisam realmente ser bem escritos. Alguns textos me fazem voltar pra saber quem falou tal coisa ou outra. O leitor precisa saber como identificar o personagem, seja pelas peculiaridades ou pelo estilo de linguagem do mesmo. Essa façanha não é tão simples de se conseguir.

Depois, você pode postar um trecho dos seus diálogos com vários
personagens pra gente visualizar melhor. Tem?

Tá só o rascunho. Posso dizer que tá uma bagaça. Foi feito na primeira versão da história há uns dois anos. Tentei ler, mas nem sei mais quem está falando na cena.

Esse topico me fez realmente abrir os olhos. Preciso polir melhor a apresentação dos dialogos.

Luizdreamhope escreveu:Tá só o rascunho. Posso dizer que tá uma bagaça. Foi feito na primeira versão da história há uns dois anos. Tentei ler, mas nem sei mais quem está falando na cena.

Esse topico me fez realmente abrir os olhos. Preciso polir melhor a apresentação dos dialogos.

Hahaha! Bem o que falei na resposta anterior, diálogos sem marcadores podem deixar o leitor confuso - e deixou o próprio escritor... (brincadeira) Agora, quando digo marcadores, não estou me referindo apenas aos modificadores(ele disse, ela sorriu, fulano argumentou...), estou falando sobre descrições ou identificadores do próprio personagem (linguagem, gírias - essas coisas).

Esse personagem é cheio de peculiaridades, mesmo sem qualquer marcador, podemos identificá-lo. Veja como ele fala:

1)
- E por que é que você tá desse jeito? - ele franziu as sobrancelhas e concluiu irritado: - Dá o fora nela você também...

2)
- Que viagem! Água gelada... Afe! - ele voltou à geladeira e guardou a garrafa, depois foi ao purificador, encheu o copo com água fria e comentou: - Nunca mais quero ter febre na vida...

3)
- Cara, você que é você, manda aí... O que é que ela quis dizer? Na real, pode falar... Ela acha que eu sou chato ou legal?

O número máximo que consegui num diálogo foi de três personagens - uma vez, três mulheres; outra, dois homens e uma mulher. A tarefa não é fácil. Mas narrar quando o número de personagens é grande também é muito difícil. Isso abre caminho para outra discussão.

Eu tenho uma grande dificuldade em escrever diálogos, justamente por achar complicado identificar quem fala o que.. Mas estou me forçando, nessa história, a montá-los, nem que seja a personagem principal falando sozinha - para não ficar tão "bloco de narração" eu coloco ela falando sozinha às vezes... Até porque eu faço isso frequentemente hahahaha

May, não me lembrando agora dos seus diálogos - desculpe, passo de novo no teu blog -, mas se tivessem algum problema gritante, eu teria te indicado esse tópico antes. Pelo contrário, acho que gostei bastante. Você bem que poderia postar algum trechinho aqui, como eu tenho feito nas minhas respostas. É bom que a gente visualiza melhor os exemplos. Põe um trecho da personagem falando sozinha.

Bom, já que você pediu.. hehe.. Um trecho ainda inédito

Só porque ele me trouxe flores, não havia motivo nenhum para que eu ficasse toda deslumbrada!

- Flores.. Como se ninguém mais pudesse me trazer flores - resmunguei, entrando em casa.

Deixei as flores em uma mesinha e me sentei no sofá, cansada, tirei os sapatos.

- Quem ele acha que é? Chegando aqui daquele jeito, achando que vai arrasar? Acha que sou fácil, como essas menininhas bobas que correm atrás dele? Não sou uma de suas groupies! Além disso, ele só complicou a minha vida não indo na lanchonete... E por que ele não foi mesmo? Ele falou.. Não, ele não falou nada!!

Entende, ao invés de deixá-la fazendo todas as considerações pensando, eu altero para resmungos e conversas com ela mesma (hehe) para que não fique um super bloco de texto. Eu pessoalmente adoro quando um personagem examina as questões ao seu redor.

Hahaha... Se você passar no meu blog vai ver o tamanho das minhas descrições. Mas os diálogos também são grandes, deixa só eles aparecerem. Hehe!

mayarend escreveu:Entende, ao invés de deixá-la fazendo todas as considerações pensando, eu altero para resmungos e conversas com ela mesma (hehe) para que não fique um super bloco de texto. Eu pessoalmente adoro quando um personagem examina as questões ao seu redor.

Poxa, que legal! O mais interessante é que seu texto é narrado em primeira pessoa...
Eu achei jóia, vamos ver o que o pessoal comenta.

Nesse trecho em específico, cuida com a repetição de flores, como você usa 2 vezes no diálogo, aparece 4 vezes em um curto espaço de tempo.

Acho interessante colocar vez ou outra ela falando consigo, em monólogos. É bom para quebrar o ritmo de vez em quando. Mas, claro, de vez em quando, vai pelo bloco de texto inteiro que também fica bom.

Posso fazer mais uma sugestão? Fico com medo de sugerir as coisas para as pessoas, não sei quem gosta e quem não gosta. Mas eu tiraria o nenhum da seguinte frase:

Só porque ele me trouxe flores, não havia motivo nenhum para que eu
ficasse toda deslumbrada!

Deixando:

Só porque ele me trouxe flores, não havia motivo para que eu
ficasse toda deslumbrada!

E se me permitir ir mais adiante, mas ai já é por viagem minha mesmo, por gostar da sonoridade das frases, acrescentaria um S:

Só porque ele me trouxe flores, não havia motivos para que eu
ficasse toda deslumbrada!

Leonardo Schabbach escreveu:Nesse trecho em específico, cuida com a repetição de flores, como você usa 2 vezes no diálogo, aparece 4 vezes em um curto espaço de tempo.

Acho interessante colocar vez ou outra ela falando consigo, em monólogos. É bom para quebrar o ritmo de vez em quando. Mas, claro, de vez em quando, vai pelo bloco de texto inteiro que também fica bom.

Posso fazer mais uma sugestão? Fico com medo de sugerir as coisas para as pessoas, não sei quem gosta e quem não gosta. Mas eu tiraria o nenhum da seguinte frase:

Só porque ele me trouxe flores, não havia motivo nenhum para que eu
ficasse toda deslumbrada!

Deixando:

Só porque ele me trouxe flores, não havia motivo para que eu
ficasse toda deslumbrada!

E se me permitir ir mais adiante, mas ai já é por viagem minha mesmo, por gostar da sonoridade das frases, acrescentaria um S:

Só porque ele me trouxe flores, não havia motivos para que eu
ficasse toda deslumbrada!

São ótimas sugestões.. O flores, realmente, não tinha notado.. Na fala dela, eu quero repetir mesmo, é intencional.. Pois eu consigo ouvi-la falando.. "Flores? Só por que ele me trouxe FLORES (...)" sabe, meio que frisando (mas talvez eu deva frisar também hehe )

Esse meu texto é bem sem revisão ainda, meu blog é justamente para isso, sabe, publicar e reler o texto, já editei cada post umas 3 vezes
Agradeço muito

Sim, sim. Eu sempre reviso o que escrevo zilhões de vezes e sempre altero coisas. E sim, tinha percebido o diálogo. Por isso é um problema difícil de resolver, por isso não sugeri nada. Porque teria que alterar alguma coisa na narração para evitar a repetição excessiva, só que ai não cabia a mim modificar tanto.

Olá, pessoas!

Fico contente que o tópico esteja rendendo boas discussões. Boa dica, Léo.
A questão do nenhum forma realmente um pleonasmo oculto (se não tem motivos, não precisa do reforço "nenhum"), mas como é fala e não narração, até caberia, não?


Só porque ele me trouxe flores, não havia motivo nenhum para que eu ficasse toda deslumbrada!

Pensando assim, acho que seria mais sonoro se usasse "não havia motivo algum para que ficasse toda deslumbrada"

Pelo menos para mim soa melhor...

Eu já alterei razoavelmente essa frase hehehe Até o final dessa discussão mudo tudo xD

Eu tenho uma GRANDE dificuldade em escrever cenas de amor, cenas em que personagens se encontram.. Gera uma grande vontade de dizer "é e daí eles se encontraram e se apaixonaram. E foi isso." ao invés de gerar enormes diálogos que levam à ação... Acabo criando grande parte na descrição.

Nesse momento, travei bem por causa disso, essa parte da história é "mocinha se apaixona por mocinho" mas não consigo tirar da minha cabeça -.-

Hahaha... Acho que cada escritor tem suas peculiaridades, suas inclinações. Contar amor em falas - sem qualquer descrição - é algo muito difícil pra mim. Já a Gisela... Fala o livro todo (Hehe!).

Quanto à questão do algum, não sei o que o Léo acha. Pra mim, como já disse, o personagem pode falar gramaticalmente errado - assim como também pode xingar. Eu acho até feio, mas é real, é corriqueiro.
Vamos ver o que Leonardo pensa sobre isso.

Sim, não tem problema em colocar o nenhum. É um pleonasmo, mas muito comum, não é considerado erro, de forma alguma. Só que, quando eu li, a frase me incomodou; por isso sugeri o corte. Normalmente, se não fosse optar pelo corte, optaria por colocar o algum, eu particularmente não gosto desse pequeno pleonasmo com o nenhum, mas, neste caso, ou eu cortaria como falei ou deixaria o nenhum mesmo, como uma maneira da personagem se expressar, as pessoas em geral não falam certinho. Por outro lado, costumam escrever certinho, então se a história for tipo um diário, ai poderia usar o algum.

Mas, para mim, p que causou estranhamento foi o fato de que logo depois ela usa o "toda deslumbrada". Esse toda também dá esse tom da personagem, o nenhum e o toda na mesma frase acabaram me incomodando um pouco, como se houvesse um exagero ali no tom. Agora, isso é opinião; foi só uma sugestão mesmo que dei.

O único problema nessas correções é que acabo não lançando esse post hahaha

Adoro ouvir as opiniões de vocês, pessoalmente, nunca consegui "ver" uma história tão bem, meus personagens nunca foram tão reais e justamente saber que tem alguém prestando atenção e esperando o restante é o que me faz continuar ou, com certeza, esse post aí seria o último... Travei um pouco, entendem? :S

Mas definitivamente não me importo nem um pouco com as correções, acho que todos aprendemos um pouco com essas discussões - e é sempre melhor trabalhar com um exemplo que com as regras no geral

May, não... Não trave!

Na verdade, não são correções, são discursões, são nossa visão. Acho que o Leo ainda não leu sua história, então, posso falar - aliás, já disse - que seus personagens falam certinho... (rsrsrs) Deve ter sido isso o que chamou a atenção do Leo, personagem e narradora se misturaram, bem, e elas são a mesma pessoa. É só ajustar.

Ouve as dicas dele que você vai se dar bem.

Como assim não lançando esse post? Não entendi. Pode ser pq fiz muita coisa hoje, mas não captei.

E são só discussões saudáveis mesmo sobre o texto, que está bom por sinal, pelo menos as partes que já li (esse trecho que colocou e o iniciozinho).

AHm...

Não foi por isso que travei não gente, não se preocupem hehehe
E o que quis dizer foi que esse trecho que coloquei aqui é parte do post que estava bem travado (agora coloquei no ar, no blog), que eu não estava muito satisfeita e não conseguia fazer a história fluir

E eu gosto muito das discussões aqui, ao contrário, isso me faz querer trabalhar na história, revisar, continuar, etc.

Ah, não ouça o que o Leo diz não... Considere, já que no fórum não se pode ouvir ninguém...