A questão da literatura de fantasia no cenário nacional

Valeu, Calvin!

Facilitou um bocado!

Isso, tá ai o link de que falei, hehehe. Valeu de novo Calvin!

Ah, entrando no meio da conversa, Oi pessoal!
Acho que até virei turista por aqui, bom... mas sempre que dá eu to de volta.
falando em livros arrumadinhos, limpinhos e tudo mais... algúem aqui tem a mesma neura de encapar com contact todos os livros? rsrs

bejao povo

Eu não, nada de alterar meus livrinhos. O tempo pode até acabar estragando, mas nada de contact neles, hehehe.

Hahaha! Gisa, lembra do que te disse no último e-mail? Nossa... Somos irmãs gêmeas! Ao menos nas ideias e nos gostos (kkk...). Mas só ponho contact quando sei que vou emprestá-los, e nos mais manuseados - tipo, meu dicionário francês-português (kkk...).

Beijos!

Olá! Sou novo aqui, mas vou dar a minha opinião sobre o assunto, que achei muito interessante.
Realmente a questão do gênero fantástico na literatura nacional é bem delicada, mas não somente no âmbito da literatura mas também nas outras artes. Pegue o cinema, por exemplo, e digam o que conhecemos do horror nacional? Tudo o que conhecemos se resume ao Zé do Caixão, cara cult, ms que está mais para o "terrir" pelo jeito canastrão, heheh. Alguém pode falar "ah, mas o cinema nacional não tem recursos para produzir filmes fantásticos". Bom, primeiro acho que não é falta de recurso em si, pois o país tem de sobra. Falta é interesse no gênero. Segundo, a própria tradição cinematográfica brasileira, ainda que tenha ótimas obras, fica devendo para países como Argentina, Espanha e México, onde o cinema fantástico tem otimos representantes. Mas é aí que está o mais interessante, pois isso não se restringe ao cinema, mas é igualmente acompanhado pelas outras artes.

Voltemos à literatura. Se por um lado a literatura fantástica nacional é débil, o mesmo não ocorre na América Hispânica. Aliás, lá as obras fatásticas são numerosas e consagradas, e não pertencentes a um gênero de segunda. Inclusive, alguns falam que o realismo fantástico nasceu na América Latina. Disseram que falta incentivo para os autores nacionais. Concordo plenamente! Mas também falta uma tradição. Basta ver o que se escreve aqui tem como referência a literatura estrangeira (a temática, a ambientação, os estilos, etc). Assim, apesar de escrevermos em português somos mais devedores às obras de outros idiomas. Uma pena...
Nada contra , mas enquanto o máximo que produzimos no campo do fantástico é um André Vianco e um Zé do Caixão (o que já é ótimo). A América Hispânica tem artistas do naipe de Juilo Cortázar, Borges, Garcías Márquez, Guillermo del Toro, etc.
Mas bom, é a minha opinião =)

Seja bem-vindo, Corto Maltese!

Espero que goste do fórum. Depois vai lá na área de apresentação para o pessoal te conhecer melhor! Nunca deixamos de responder as mensagens um dos outros! Como agora.
O link está aqui em baixo:
https://literaturafantastica.forumbrasil.net/apresentacoes-f19/

É realmente complicado esse assunto. A literatura fantastica no Brasil... Bom, você deu muita ênfase também no cinema brasileiro, que por sinal não dá muito valor à fantasia. Mas tem alguns filmes bons no brasil, não-ficção é claro, como Saneamento Básico. Ri muito com aquele filme.

Mas, no geral é quase isso mesmo que você disse. E é quase nesse rumo que esse fórum se encaminha. Mostrar o valor da literatura fantástica brasileira.

Grande abraço
t+

Ah obrigado! Eu já me apresentei lá!
E uma coisa. Falaram do Machado de Assis aqui. Acho que pegaram pesado com ele, pois realmente foi um grande escritor e não tão cansativo quanto os outros clássicos. Ele foi um contista excepcional, mas nas escolas nem tocam nisso. Seria muito interessante passarem os contos. Mas parece que conto também é considerado literatura de segunda, uma pena, pois eu gosto muito.
Aliás, concordo quando falaram aqui do ensino sobre a literatura nas escolas. Eles chegam e dão uma intepretação pronta ao aluno, que precisa decorar aquela listinha e ficar reproduzindo. E às vezes nem é preciso ler o livro, basta ler a descrição e decorar as caractéristas da escrita, da temática, do autor, da tendência que ele pertencia, etc. Não é muito útil isso. Acho que deveriam mostrar o livro como fonte de prazer, de expressão artística que só pode ser usufruída pela própria pessoa e não imposta de fora.

Mas preciso ser o advogado do diabo aqui. Em parte, realmente precisam mandar ler os clássicos, pois a preocupação maior é apresentar textos exemplares do português. de como trabalhar a língua e etc.. A pessoa pode não fazer uso, mas precisa compreender uma linguagem mais culta do idioma. Eu não gostava de matemática, mas tive que aprender do mesmo modo, hehe, gostando ou não. Pois contava a importância do conhecimento básico e não o prazer que alguém tira dele.
Mas ainda assim, a literatura ainda é arte e depende do gosto de cada um. E inclusive, nem mesmo tem consenso entre os estudiosos sobre a sua qualificação. Nas escolas só aprendemos a perspectiva de uma certa tendência. Falta incentivar realmente a leitura, o que dá frutos muito mais produtivos do que a simples imposição.

E com esta preocupação deixam a literatura fantástica de fora nas escolas, uma vez que o genêro nunca foi representativo na literatura nacional. E aí forma um círculo vicioso... =(

Um não exclui o outro. É possível trabalhar clássicos e livros interessantes - ou clássicos interessantes para os jovens. E o problema com Machado não é ele ser chato ou ruim, mas ser chato para uma pessoa com apenas 15 anos de idade, o problema é a inadequação. Os contos dele, nessa época, cairiam melhor - e eles são sensacionais mesmo. Os romances já complicam mais.

Concordo! Confesso que parte da minha má vontade com alguns nomes da literatura nacional veio com o trauma das escolas. O ensino mais prestou desserviço do que foi útil. Mas fico pensando, tem alguma alternativa?
Realmente acho que as pessoas de 15 anos já têm maturidade o suficiente para ler o Machadão. Com 12 anos tem gente lendo Mark Twain, Agatha Christie, Stevenson, etc. Mas as escolas não vão passar escritores estrangeiros. Então o que resta na literatura nacional que seja interessante (pergunta de quem desconhece mesmo)?

Têm alguns livros brasileiros muito bons, é claro que não muito complexos, mas são muito divertidos. De Gustavo Reiz com o livro "Confidências, confusões e... garotas!" De Ivanir Calado com "A caverna dos Titãs" e com "Mundo de Sombras". É bem divertido para começar a gostar de ler, ou para apreciar a literatura brasileira.

A única referência fantasia no cinema brasileiro é a Xuxa e os/as duendes/fadas/centauros/magia e etc etc...

Aqui, literatura fantástica esta muito atrelada ao publico infantil, enquanto que os adultos "precisam" ler os clássicos para manter uma parcela cultural brasileira como se agarrando em algo precioso, raro e ralo.

Devido à forma com que o Brasil foi formado parece que o brasileiro sente a necessidade de ver que tem cultura, e a literatura é um desses canais que não abrimos mão.

É no cinema esse último filme, do Chico Xavier, tentou ir mais pelo lado sobrenatural e fantástico do que tanto pelo religioso, claro que se fala da religião ali, mas foi dado um tratamento mais de filme estilo hollywood com efeitos especiais e tal. Tanto que o orçamento foi BEM alto para os padrões brasileiros. Já é alguma coisa, hehe

o Brasil é um país cheio de culturas fantasiosas. Temos todas as histórias do negrinho do pastoreiro, bumba meu boi, sasi pererê, lobisomens, mula sem cabeça, e por aí vai.
A diferença é que todas as histórias são assombrosamente infantis, diferente das fantasias da europa.

O que temos de fantasia 'diferente' aqui, que pode ser explorado, é a 'magia' dos índios e da nossa floresta. Maaas, aí entra outra coisa: O nacionalismo.

Gostamos muito do que vem de fora e custamos a crer que aqui dentro temos muita cultura a ser explorada. E quem disse que não dá para fazer uma história de fantasia utilizando o sasi pererê, sem que isso pareça uma piada, ou uma história infantil?

Fantasia, nem sempre precisa ser de algo já criado... ou melhor... ela definitivamente não pode ser de algo criado. E somos nós que vamos mudar esse cenário, seja para a literatura fantástica ou não..

Se bem que agora estão tendo livros e autores bons nacionais, como Eduardo Spohr (A Batalha do Apocalipse) e Raphael Draccon (Dragões de Éter) e estão vendendo bem, várias resenhas falando bem deles.

Mas ainda são bem poucos. No entanto, é um bom sinal. Provavelmente mais portas se abrirão!

A Literatura Fantástica, sem dúvida, é febre no país. Diante desses últimos grandes sucessos, especialmente A Batalha do Apocalipse, acredito mesmo que as portas estão se abrindo de verdade. Ao menos, os leitores já mostraram interesse.

a @gisasantana tocou num ponto interessante sobre o folclore nacional. Eu tenho visto alguns quadrinhos independentes que isto vem mudando, com a inclusão de versões mais sombrias das lendas brasileiras. Acho que tão importante quanto valorizar esta ou aquela cultura, é ver nas histórias como elas são utilizadas. No próprio Batalha do Apocalipse tem uma salada de conceitos das religiões judaica, cristã e outras que criam uma mitologia única. Acredito que quando um autor entende bem da cultura na qual ele quer referenciar, ele é capaz de misturá-las de uma maneira única. Eu ficaria bem animado se visse uma história misturando dragões e sacis se fossem bem feitas xD.

Willian,

Vc poderia indicar alguns desses quadrinhos independentes.

Os que encontrei de forma mais marcante foi Salomão Ventura, que não li ainda, mas pela resenha que encontrei apresenta de forma bem interessante a lenda do Saci. Madenka, um dos mangás de estreia da Ação Magazine que achei bem feito também (a versão do saci ficou bem engraçada); e Bando de Dois, que apesar de haver lendas fantásticas eles exploram (muito bem, pelo que vi) a lenda dos cangaceiros.